Educação, Tecnologia e a Escola do Futuro. Foi com esse tema que o Sistema Fecomércio / Sesc / Senac promoveu o XIII Congresso Internacional de Tecnologia na Educação; evento que já se consolidou como um dos maiores do Brasil no segmento educacional, porque instiga fecundos debates entre a comunidade acadêmica e demais profissionais.
O evento teve a participação de aproximadamente quatro mil congressistas entre brasileiros e estrangeiros e aconteceu durante o período de 23 a 25 de setembro de 2015, no Centro de Convenções de Pernambuco. Ao todo, e em três dias de programação, foram vinte palestras, dezesseis minicursos e 10 conferências ministrados por trinta e cinco palestrantes oriundos do Brasil, Espanha e Estados Unidos.
SOBRE O CONGRESSO.
A Fundação Estadual de Saúde / Funesa, em sendo um equipamento da Secretaria de Saúde do Estado de
Sergipe, representa o espaço de educação permanente e educação
profissional do Sistema Único de Saúde de Sergipe, conforme define o
Artigo 7º da Lei que a criou e isso justifica a participação do
NPC-Funesa no XIII Congresso Internacional de Tecnologia na Educação:
Art.
7º A Fundação Estadual de Saúde – Funesa, terá por finalidade prestar
serviços de saúde de atenção básica, de promoção, prevenção e proteção
da saúde coletiva e individual, de formação profissional e educação
permanente na área de saúde pública, devendo manter a Escola Técnica de
Saúde do SUS em Sergipe – ETSUS/SE (Artigo 7º da Lei nº 6.348, de 02 de
janeiro de 2008).
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Cerimônia de abertura do Congresso. |
Nesse
sentido, concordamos com a organização do congresso que, almejar
eficiência na educação não é utopia, entretanto, passa pela concreta
manifestação de governantes e sociedade organizada. Não se trata
de ideologizar a educação ou saturar as escolas de equipamentos de
TIC pois não resolverá a questão, porque o principal agente da
transformação educacional é o professor. Desse modo, concordamos que a
escola do futuro seja esta escola que temos, revestida de um novo ânimo,
habitada por um quadro de educadores dispostos a fazer mais, com a sua
competência, sensibilidade e dedicação ao educando. Afinal, parece
impossível conceber qualquer tipo de desenvolvimento sustentável sem
atingir os patamares mínimos na formação de um povo. E isto inclui não
compactuar com os pífios resultados alcançados pelo Brasil nas
avaliações internacionais.
As
questões educacionais relativas ao uso da tecnologia; o compromisso
social; o clima escolar; a docência do ensino superior na era da
conectividade; as novas tecnologias digitais; o uso das redes sociais;
dilemas envolvendo o ensino de crianças e adolescentes, atualmente, com
todo esse aparato tecnológico e muitos outros temas instigantes e
fundamentais para a formação dos educadores foram discutidos nos
diversos ambientes do congresso à exemplo da sala de
Temas Contemporâneos na Educação, onde a Profa. Tânia Santos representou a Funesa, através da apresentação de
trabalho elaborado pelo Núcleo de Produção Científica da Funesa /
NPC-Funesa.
SOBRE O TRABALHO APRESENTADO NO CONGRESSO.
O presente trabalho, aceito pela Comissão Científica do Congresso, teve como título "Núcleo de Produção Científica da Funesa: a persistência de trabalhadores comprometidos com o fazer" e foi elaborado pelos membros do NPC-Funesa (Tânia Santos de Jesus, Kenya Idamara Mendonça da Nóbrega, José Francisco de Santana, Flávia Priscila Souza Tenório). Classificado na categoria de Temas Contemporâneos na Educação, tratou de relatar a experiência de um grupo de trabalhadores da Funesa que atua com ações de Educação em Saúde e que experimentaram o desenvolvimento da pesquisa no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). De acordo com o relato, tudo começou com uma ação embrionária de iniciativa da Coordenação de Pós-Graduação da Funesa e apoiada pela Universidade Federal de Sergipe / UFS, denominada Projeto Ciência em Gotas, que se desenvolveu durante cinco meses no ano de 2013 e teve o objetivo de fazer com que os trabalhadores da instituição se aproximassem da ciência, enquanto ferramenta de trabalho e recurso pedagógico, e a ação resultou na elaboração de cinco projetos de pesquisas.
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A Profa. Tânia Santos no XIII Congresso Internacional de Tecnologia na Educação.
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À partir das repercussões positivas do Projeto Ciência em Gotas, a Coordenação de Pós-Graduação passou a argumentar junto à Diretoria Geral da Funesa sobre a conveniência e pertinência da criação de um núcleo de pesquisa, vislumbrando-se as seguintes condições favoráveis:
- Necessidade de avaliação dos serviços educacionais e de saúde prestados pela Funesa ao usuário do SUS de Sergipe. A avaliação, pautada em um método científico, respaldaria a manutenção de características dos serviços ou serviria de fundamento para revisão de rumos;
- Necessidade e desejo de consolidação da inserção da instituição no cenário acadêmico regional;
- Necessidade de desmitificar o ambiente universitário como sendo o único capaz de produzir pesquisa científica.
No início do ano 2014 já está concebida toda a ideia do Núcleo de Produção Científica da Funesa / NPC-Funesa. A ideia de fazer com que a ciência, que é muito
valorizada em meios acadêmicos, mas é negligenciada em outros
espaços fora da academia, possa dialogar com as necessidades dos
serviços de saúde e consequentemente instituir mudanças no
cotidiano das práticas de trabalho no SUS. No mês de junho do mesmo ano acontece a cerimônia de lançamento do NPC-Funesa.
Atualmente, após doze meses de efetivo funcionamento, o núcleo conta com dezessete membros representativos de setores da Funesa, distribuidos em cinco grupos de pesquisas e no blog denominado "Observatório do SUS" (http://observatorio-dosus.blogspot.com.br/). Os grupos de trabalhos estão em ritmos de produção diferenciados, pois precisam conciliar as agendas e demandas dos serviços com a necessária dedicação à produção científica. Talvez isso ocorra porque a prática científica ainda não está institucionalizada no
âmbito da Funesa - este é um desafio a ser superado! - à despeito da
anuência da instituição quanto à criação do Núcleo de Pesquisa. O destaque é para o Grupo de Pesquisa do SIM (Sistema de Informação
sobre Mortalidade) que concluiu a abordagem qualitativa da pesquisa
intitulada "Estudo sobre o sentido e o significado do curso de
codificação para qualificação do SIM em Sergipe: um diálogo com os
alunos-trabalhadores" e o artigo já foi encaminhado para publicação. A abordagem quantitativa do referido estudo está na dependência de providências em relação à inserção de um bio-estatístico para discussão e organização do desenho estatístico.
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A Profa. Tânia apresentando o trabalho. |
A apresentação do trabalho em um evento da magnitude do XIII Congresso Internacional de Tecnologia na Educação é extremamente simbólico para o coletivo integrante do NPC-Funesa e nos sugere imaginar que estamos no caminho certo, embora reconheçamos que há um longo caminho a percorrer, uma vez que a própria Fundação Estadual de Saúde / Funesa é uma instituição pública ainda bastante incipiente, pois, sequer completou a sua primeira década de existência.
Os membros do núcleo de pesquisa avaliam, entretanto, que as perspectivas são de que o NPC-Funesa cresça bastante em
importância nos próximos anos, podendo vir a ser reconhecido pela própria Secretaria de Estado da Saúde de Sergipe como a
instância de produção de pesquisa científica no âmbito da SES, uma vez que não existe qualquer instância estruturada com esse propósito.
Portanto, não podemos nos desestimular com as dificuldades experimentadas pelo NPC-Funesa para comparecer ao congresso e apresentar o trabalho, embora seja bastante desalentador, uma vez que a Funesa viabilizou apenas a confecção do banner que custou menos de R$ 50,00 e as despesas com deslocamento e estadia em Recife-PE foram arcadas pela Profa. Tânia Santos, uma das autora do artigo. Os autores compreendem que o trabalho representou a Funesa, a qual
integra a estrutura administrativa da Secretaria de Saúde do Estado de
Sergipe e o Sistema Único de Saúde (SUS).
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Texto de autoria de José Francisco de SANTANA, revisado por Tânia Santos de Jesus, Kenya Idamara de Mendonça e Flávia Priscilla Tenório.